quinta-feira, 23 de março de 2017

poesia de pureza.

Carrega Poesias nos olhos, 
na Alma vai um bom punhado de Sonhos,
inquietudes, Paixões. 
Belezas estão nas Canções que passam
por sua boca, entre suspiros, 
e seus passos perseguem quereres. 
Contempla Sorrisos e Vida em cada arrepio.
Concentra nas mãos Graças que 
oferta ao Universo, sempre em retribuição.
A pureza está nos descompassos do Coração. 

quarta-feira, 1 de março de 2017

Amar o Amor:
A Utopia!

Os fôlegos que tomamos
Os sorrisos que carregamos
Os suspiros que nos escapam
Os gozos onde nos enterramos. 

Gosto da delicadeza de mim,
toda escondida.
Um perfume risonho. 
 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

As vezes me desintegro
E esparramo as aspirações
que cativei em mim. 
Quando dissolvo, espero
pois é assim que me redescubro
assim que recupero
e retomo o que sou
e me recordo de quem fui

As vezes mergulho
E questiono sobre 
aquilo que almejo. 
Quando percebo, eu chego
pois é assim que me recomponho
assim que me coloco
e acredito que há força
e me banho na consciência de mim.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

eu revisito lugares
componho uns diálogos
exploro os sons, as cores
nas páginas do livro 
aquele mesmo que 
abandonei. 
porque eu me perdi
nas brumas e nas falácias,
andei por ocos e aos
solavancos
desaprendi a olhar o intangível. 
por que onde eu era só
eu era somente amor
por que agora a prudência
aparece para me carregar:
os anos se passaram,
as ilusões já escorreram 
pelos olhos, 
o corpo toma a forma,
a vida me inunda do real. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Luamanda, de Conceição Evaristo.


“Lua, Luamanda, companheira, mulher. Havia dias em que era tomada de uma nostalgia imensa. Era a lua mostrar-se redonda no céu, Luamanda na terra se desminlinguia todinha. Era como se algo derretesse no interior dela e ficasse gotejando bem na altura do coração. Levava a mão ao peito e sentia a pulsação da vida desenfreada, louca. Taquicardia. Tardio seria, ou mesmo haveria um tempo em que as necessidades do amor seriam todas saciadas? Ela iniciara cedo na busca, menina, muito menina ainda. Lembrava-se da primeira paixão. Sentimento esquivo, onde misturavam revistas em quadrinhos, giz colorido, partilha de pão com salame e um epílogo cruel dramatizado pela surra que levara da mãe. O amor dói? Na época pensou que a dor de amor era tanta, porque tinha onze anos e um corpo-coração pequeno. E desejou crescer. Entre um pelo e outro que nasciam em suas axilas e sobre o seu púbis ensaiou e experimentou sorrisos, acenos distantes, piscar de olhos, troca de desenhos, cartas mal-escritas borradas com os dedos trêmulos de amores platônicos. O amor é terra morta?”


Trecho do conto Luamanda, de Conceição Evaristo. Em “Olhos d’água”, editora Pallas. 


Vontade de escrever todas as palavras associadas, em parzinhos-poesias! Que bonito isso de escrever contando, revivendo, denunciando e elucidando. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Se tudo isso for engano,
Talvez doença, os desejos patológicos
Querer de tudo e conseguir muito pouco
Consumindo o vazio construído em nós.

Goza umas alegrias difíceis,
Uma enigmática secura de alma,
A estreita visão de um enorme
Elefante branco decorado de mimos. 

Sou um edifício de quereres entorpecidos
na mísera acomodação burguesa.
Segura essa
Minha voz no teu ouvido
Sussurrando uns absurdos,
Sua mão colada no toque 
Das estrelas que agora
Apontam no Céu. 
E a gente teima, 
Se esconde, e acha
Aquele vazio de não 
Acreditar.
Explica?

poesia de pureza.