terça-feira, 12 de junho de 2012

Violeta foi para o céu, 2012.



Eu não conheço muito o trabalho desta artista multifacetada. No cinema, tive uma surpresa! Artista plástica, poetisa, cantora e amante da vida, de consciência clara quanto às necessidades de seu povo, e sua arte se manifesta para expressar o regionalismo de sua comunidade, dos seus. Teimosa e intensa. Suicidou-se em 1967. Belo espírito carregado de amor, dor e profundezas! 

terça-feira, 5 de junho de 2012

uma qualquer

palavra
pessoa
piada
poesia
puta.

poeta!

tece tua tênue teia
aranha, amor,
teus enlaces entorpecentes,
escondidos, escorregadios.
fina forma, fio,
linha linear de alienação,
perder-se, portar-se, pedir-te:
tece tua toda tomada
de arrebatamentos, armistícios, armaduras,
que se quebrem no queixo,
no peito, nas palavras, na pronúncia,
se revele revolução, revolta, renúncia,
se apodere, se aproxime, se apaixone,
capture o comparsa deste capítulo,
conceda-me a corte, o corte,
o coração!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

medíocre o ato de colocar em palavras
ato de colocar em palavras o medíocre
de colocar em palavras o ato medíocre
em palavras de medíocre colocar o ato.
palavras de ato em o medíocre colocar!
o medíocre ato de colocar em palavras

domingo, 29 de abril de 2012

o poder do silêncio.
mistério, percepção, profundidade.
a arma, um silêncio apropriado;
silêncio, conhecimento adquirido,
um longo mergulho na essência,
na continuidade anunciada,
compreendida.
o silêncio é vencedor, erroneamente
tido como derrotado.
cresce em ofensa,
ataques velados disfarçados de
simples conformidade:
são fôlegos da eternidade
entendida, porém calada.


sábado, 21 de abril de 2012

Begorotire - O Homem Chuva



Begorotire era um índio feliz. Certo dia, porém, havendo sido injustiçado na divisão da caça, ficou furioso, decidindo que sairia à procura de outro lugar para viver. Cortou os cabelos da esposa e da filha, pintando toda a família com uma tintura preta que havia retirado do fruto do jenipapo. Pegou um pedaço de madeira pesada e resistente, fazendo a primeira borduna Caiapó, com o cabo trançado em preto e a ponta tingida com sangue da caça. Chegou então ao alto de uma montanha, levando sua arma, e começou a gritar. Seus gritos soaram como fortes trovões. Girou fortemente a borduna no ar e de suas pontas saíram relâmpagos. Em meio ao barulho e às luzes, Begorotire subiu aos céus. Os índios assustados atiraram suas flechas, mas nada conseguiu impedir que o índio desaparecesse no firmamento.
As nuvens, também assustadas, derramaram chuva. Por isso Begorotire tornou-se o homem chuva. Tempos depois, levou toda a família para o céu, onde nada lhes faltava, e de lá muito fez para ajudar os que na terra ficaram. Juntos sementes de suas fartas roças, secou-as sobre o girau, entregando-as a uma filha para trazê-las. A índia desceu dentro de uma cabaça enorme amarrada a uma longa corda, tecida com as próprias ramas do vegetal. Caminhando pela floresta, um jovem encontrou a cabaça, amarrou-a com os cipós e pedaços de madeira e, com ajuda dos amigos levou-a para a aldeia. A mãe, abrindo a cabaça, encontrou a índia, a filha da chuva, que estava magra e com longos cabelos, por lá haver permanecido muito tempo.
A jovem foi retirada e alimentada, e teve seus cabelos aparados. Ao ser indagada, a filha da chuva explicou por que viera, entregando-lhes as sementes enviadas por seu pai e deixando a todos muito felizes. O jovem que encontrou a cabaça casou-se com a moça, passando esta a morar novamente na terra. Com o tempo, resolveu visitar os pais. Pediu ao esposo vergasse um pé de Pindaíba, trazendo a copa até o chão. Sentou-se sobre ela e, ao soltarem a árvore, a índia foi lançada ao céu. Ao retornar, trouxe consigo toda a família e cestos repletos de bananas e outros frutos silvestres. Begorotire ensinou a todos como cultivar as sementes e cuidar das roças, regressando depois ao seu novo lar. Ate hoje, quando as plantas necessitam de água, o homem chuva provoca trovões, fazendo-a cair sobre as roças para mantê-las sempre verdes e fartas.
Fonte: Escola Vesper (Estudo Orientado)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

a poeira se rebela mostrando poderes até então desconhecidos, canta ódios que não eram menos que rumores quando sabia-se que o gotejar de desprazeres ia só junto ao peito daqueles incomodados pela silhueta do tempo escorrido entre as tranças da solidão fria e costumeira. proteção de orixás ou descontrole de santos, surtos evangélicos ou profanação branda de falsos profetas, essas cores e os sabores das dores são encantadoramente aconchegantes, ruborizam e esfumaçam as linhas baixas das entranhas de cada dia, de cada momento singular, de cada passo estranho no resfolegar de marias. em largas guerras de brincar de esconder e não encontrar, embates de duras frentes, afrontadas pelo sopro de nada que ronda no ar, escorre pelos ombros e costas, voa por sobre sonhos e focos de pensamento purificado de essência. uma floresta de azedume, de marginalidade e de sadismo. ninguém quer brilhar mais do que um mártir. ou um leão. uma armadilha singela e ofuscada, que sempre soube ser.  

quarta-feira, 11 de abril de 2012

degas.


Os ventos
que balançavam as ideias
os mesmos
que hoje carregam palavras

Trouxeram o gosto,
o cheiro, aquelas vontades,
da boba adolescência,
da amizade afetuosa
incrustada no peito
no tempo

Que presenteiam hoje
com lembranças doces,
perfumadas, esfumaçadas,
minha alegria
romantizada, de menina.

Hoje a memória faz
uso de sua mágica estrada. 
um viva para o doce encanto do reino das lembranças!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

oi poeta! 
tantas estradas
de perder;
de achar;
eu queria provar!
Esperança, hoje vilã -
vaga, vil e vã.
Como roupa que já
não serve mais:
"Esse 'Amor Eterno' 
não lhe serve mais, querida. 
Você está fora 
daqueles padrões."
Era uma vez,
uma época perdida.
Entre palavras que
escorreram como sangue,
pulsando pelo corpo, na alma.
Juntando cacos pode-se
obter uma obra de arte,
mas fragmentos desta
história pífia
não renderão alguma
bela canção de amor. 
"insiste em manter no peito uma tola chama de viver de amor. que piada."

terça-feira, 20 de março de 2012

as seminformações deste sistema mundo condicionante, desta sociedade industrial administrada, embrutecem; reverenciadas dentro do discurso alienante da ideologia da técnica vazia e funcionalmente barbarizante, carregadas de metáforas clássicas, mas que há muito perderam sua intensidade e sua criatividade, questionáveis quanto a veracidade pura da ciência, desmancham as poucas relações, destroem as potencialidades coletivas, sufocando os indivíduos mais sensíveis, onde o amor é líquido e nós somos a sociedade de vitrines.   

segunda-feira, 19 de março de 2012

Particularmente eu penso, 
cá um segredo, entre os versos, 
um conjunto de palavras,
que deflagram céus, 
derrubam véus,
abrem poços profundos
no coração.


Haja força e coragem, 
nadar contra a corrente
atada aos grilhões de morais
de poucos execráveis, porém
invejados, nos suspiros e 
fôlegos perdidos, achados,
soberania de merda,
sofrimento aos montes,
Verdes, Azuis, Amarelos,
e resignados; não há 
nada
que não ocorra 
devido às forças do
Universo. 


Centrífuga, nous, eterno retorno. 

domingo, 18 de março de 2012


amor. e lutar contra a infelicidade. e amar incondicionalmente, até mesmo renunciar à pessoa amada. 
amar uma ilusão. amar sempre é ilusão. ilusão de amar e ser amado. música para adornar a tragédia. 

apesar das circunstâncias (diretor indiano produzido por norte-americano), "um musical romântico de Bollywood com rebuscados cenários e emoções", segundo impressão de alguém insignificante! 

mas válido, pois o filme é muito, muito belo e sublime. como o amor. 

Sadhu - Bharati

Sadus são ascetas indianos que optam por uma vida com total desprendimento material, afetivo e físico, escolhendo um ato que reverbera justamente sua escolha e sua entrega absoluta; são diversos tipos de ascetas que podem optar por viveram nus, em pé, fumando cannabis, consumindo álcool, e assim são inúmeras formas de efetivar seus votos e praticar suas renúncias. Este Sadu, um dos poderosíssimos gurus indianos, levanta sua braço direito desde o fim da Guerra do Vietnã, sinal de luta e de resistência.
As práticas dos ascetas são profundas e intensas, aproximando esses homens da Natureza em comunhão com as forças vitais do Universo, da Existência. O abandono do mero e condicionante materialismo, a reflexão filosófica de simplicidade carregada de aceitação, de compaixão, de compreensão, de embate e de autocontrole estão à margem dessa pós-modernidade altamente tecnológica, cristalizada e pobre de nossa atualidade. Nós abandonamos, numa renúncia cega e introjetada, o elo mais fecundo e enriquecedor de nossa natureza: sermos parte deste Universo. 

UNO

Vem pra mim, vida, vem que não tenho medo. Posso fraquejar, relutar, duvidar e até cair algumas vezes, mas meu impulso é vital, visceral, e não me abandona. Sou a força que quero pra mim, a vontade de conquistar, de desbravar suas esquinas, suas avenidas e seus becos. Me ilumina, sol, lua, estrelas, pois desta valsa com a vida não deixo de dançar, vou transformá-la num tango pulsante, sensual e performático. Sinto em mim uma expressão do Universo. 

domingo, 11 de março de 2012

ASPIRO


mais do que


ESPERO. 


morus. 

José Agrippino de Paula


"Ele não figura entre as estrelas da Tropicália nem é lembrado com freqüência quando o assunto é esse movimento que virou do avesso o cenário cultural brasileiro do fim dos anos de 1960. Mas José Agrippino de Paula estava lá. A bem dizer foi um dos primeiros a chegar. E, infelizmente, um dos primeiros a sair. O escritor viveu o que se poderia chamar de auge até a década seguinte e, então, a vida desviou o caminho, roubando-lhe, com um diagnóstico de esquizofrenia, a lucidez e o contato com o mundo real. Autor de PanAmérica (1967), o livro que iluminou a cabeça de Caetano Veloso pouco antes do Tropicalismo, Agrippino passou grande parte da vida isolado em uma casa no Embu, sem rádio, televisão, telefone, nada que o conectasse a alguém ou ao que quer que fosse. Justo ele, que foi uma antena."
(retirado do site do SESCSP)

EM ABRIL HAVERÁ EXPOSIÇÃO DE OBRAS DE AGRIPPINO NO SESC BELENZINHO.
ÂNSIA!!!! 

"Utopia" - Thomas Morus

"Na Utopia a avareza é impossível, porque o dinheiro ali não tem uso algum, e por isso mesmo, que abundante fonte de males não estancou ela? Que enorme seara de crimes não cortou pela raiz? Quem não sabe, com efeito, que as fraudes, os roubos, as rapinas, as rixas, os tumultos, as querelas, as sedições, os assassínios, as traições, os envenenamentos, quem não sabe, digo, que todos esses crimes dos quais se vinga a sociedade com suplícios permanentes, sem, entretanto, poder preveni-los, seriam suprimidos no dia em que o dinheiro desaparecesse? Então, desapareceriam também o temor, a inquietude, os cuidados, as fadigas e as canseiras. A própria pobreza, que parece ser a única a carecer de dinheiro, diminuiria no instante mesmo, caso o dinheiro fosse completamente abolido."
Na
Da


Escrotoescrúpuloesculpido

Falta
Falha
Fode!

domingo, 4 de março de 2012


Uau!!!! Hoje faz dez anos que comecei a graduação!!!! Caramba, o tempo passou... cheio de marcas, de experiências, de conhecimentos, de mesmices e de mudanças. Me lembro do quão feliz fiquei ao ver meu nome na lista de aprovados, a felicidade dos meus pais, da minha família. O dia da matrícula (eu lendo "Baudolino" na fila, e o Irmão me dizendo pra eu ir com calma... mas eu nem tinha ideia do que estava fazendo, ou da importância do Umberto Eco, ou qualquer coisa parecida!!!!), o primeiro dia de aula, o trote, minha testa escrita "HIST" com guache, no sol, e fiquei com a marca da ciência mais poderosa na testa durante um tempinho... a primeira aula de Antiga do Ivan, quando ele enrolou já logo de cara, realizando um passeio de apresentação pela Universidade... e pensar que ele nos enrolou o curso inteirinho!!!!! 
Meu primeiro ano foi de paixão a primeira vista e eterna pela Filosofia. Foi o ano que conheci as meninas, meus solzinhos, que conheci minha querida amiga Adriana, meus amigos queridos da minha sala (nossa, tem um montão de gente, e perdi contato com alguns...); me lembro da primeira vez que sai com a Dani e as meninas, acho que a gente foi no Tequila, eu descendo a rua do apê delas com um maço de Hollywood verde (fumamos esse cigarro durante um bom tempo, depois mudamos para LM), chegando no apê tão fofinho delas, morrendo de vergonha, claro, né... Passei coisas muito boas durante esse período, mas também tive que travar uma luta feroz comigo mesma: ao invés de desabrochar, eu me fechei. Tinha medo de falar, achava que sempre estava errada ou que não sabia o suficiente... foi bastante difícil. Enfim, não vou elencar todas as recordações ou problemas, seria massante... Só vou me lembrar de todo o potencial artístico que desenvolvi, nas minhas roupas, nas minhas atitudes, na maneira de dialogar com o mundo; vou me lembrar de tudo que aprendi, que analisei, que compreendi. Todas as minhas leituras, meus trabalhos, minhas provas, meus passeios pela biblioteca, todo o tempo que passei lá, estudando, conversando, fazendo trabalho, dormindo depois daquela comida pesada do R.U... Que puta saudade. 
Meu quartinho lindo na Negrizoli. Aquela casa era foda!!! O Ted... a nossa redícula, minha e da Má. A cozinha azul, a sala com o piso de madeira, o quarto das meninas com aquelas mulheres engraçadas na parede... caralho, quantas lembranças!!! E pensar que há menos de um mês estivemos lá, todas juntas, todos juntos... A casa dos meninos, aquele chiqueiro, as vezes que saímos pra tomar cerveja na Doçura, as festas malucas na Pax... e todas as festas malucas!!!
E todos os amores que inventei, todos os desejos que senti, todas as brisas, bebedeiras, as vezes que meu joelho deslocava... porra, tem história pra caralho pra contar, vou parar!!!!
Mas tá tudo aqui. Agora, rodando em mim, consolidado em mim, no que sou hoje, no caminho que prossegui, mesmo que às duras penas... Eu só agradeço, aos meus pais que me ajudaram, me auxiliaram e me aguentaram na pior parte, no recomeçar. Meus amigos queridos, que tanto amo, e tanto aprendemos que hoje é incrível a proximidade, a familiaridade, a confiança... E que venha a USP, dez anos depois!!!! Tudo dará certo, bem sei. 
we are born to lose. 
placebo

sábado, 3 de março de 2012


Parecia um pavão macho
mostrando-se, apresentando
sua exuberante plumagem
escancarada, viva, demasiada,
uma clara dança funesta
de conotação pseudo intelectual,
puramente sexual.

Enquanto a fêmea quase
fugiu para um canto, acuada,
apavorada pela pressão
supostamente espontânea
da onipotente presença
de um macho tão seguro
de sua imponência.

A Natureza, presente em
todos nós, mostra-se como
num espetáculo visceral,
instintivo e arrebatador.
Quem disse que éramos tão diferentes disso? 

Daumier

Honoré Daumier, século XIX. Obras de protesto social, denunciando as mazelas vividas pela população inserida na industrialização e no capitalismo, sempre relegada ao descaso, à pobreza e a falta de oportunidade. 

sexta-feira, 2 de março de 2012

TAT TWAN ASI
(Upanixade)
"isso és tu" 
"Estranho pessimista é Schopenhauer. Defende a compaixão como base da ética, critica a produção de monstros pela razão, prega o respeito aos animais e à natureza em geral, acredita no amor entre homens e mulheres, acusa a ilusão da morte e nos exorta a uma 'união mística', a nos consolarmos por termos em nossa subjetividade, integralmente, a unidade do mundo. Escreveu até mesmo o ensaio 'Aforismos para a sabedoria da vida'". 


trecho do capítulo conclusivo do livro "Schopenhauer a decifração do enigma do mundo", de Jair Barboza. 


Vontades em confluência com a Vontade do mundo. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Alguma.

Gosto de
confabular.

Nunca me foi um problema!, disse.

Perder-se nos meandros
da imaginação
que levam
para além das
montanhas, das
mentiras, das
simplificações.

Não é demasiado
perigoso?
Forjar as maravilhas
que não existem,
fugir de uma realidade
que não nos pertence,
cair nos braços (ou garras?)
da infinitamente possível.

Jogo. Eu jogo, tu jogas, ele joga.
Do jeito que dá, porra, vamos logo
com isso.
Tudo acaba! Tudo se esvai.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Design no Brasil

A vida trás, mas nós sempre escolhemos. 
As pessoas vem e vão - tão rápidas! 
tão fugazes! - e algumas pessoas ficam.
Pra toda a eternidade. 
Mesmo quando se opta por errar. 
E, com todo o silêncio, a angústia, 
as distâncias e as "barreiras",
é com carinho quase birrento
que contemplo estes raios,
uma familiaridade tão doce e ácida 
ao mesmo tempo, tempo este que passou e
ainda passará mais. 
As lembranças são exaustivas e divertidas, 
os sorrisos são altos e graciosamente malucos. 
Ainda bem que o tempo é tempo, e passa, e deixa 
esse gosto suave de memória mergulhada 
no poço de profundidade infinita, de amor.   

"A Idade da Descrição" - Beauvoir

"Sempre olháramos longe. Seria necessário aprender a viver o dia-a-dia? Estávamos sentados lado a lado sob as estrelas, tocados pelo aroma do cipreste, nossas mãos se encontravam; o tempo havia parado um instante. Iria continuar a escorrer. E então? Sim ou não, poderia ainda trabalhar? Minha raiva contra Filipe esfumaria? A angústia de envelhecer me retomaria? Não olhar muito longe. Longe seriam os horrores da morte e dos adeuses. Seria dentadura, a ciática, as enfermidades, a esterilidade mental, a solidão em um mundo estranho que não compreenderíamos mais e que prosseguiria seu curso sem nós. Conseguiria não levantar os olhos para esses horizontes? Quando aprenderia a percebê-los sem pavor? Nós estamos juntos, é a nossa sorte. Nós nos auxiliaremos a viver nessa derradeira aventura da qual não retornaremos. Isso no-la tornará tolerável? Não sei. Esperemos. Não temos escolha."




parágrafo final da primeira história do livro "A Mulher Desiludida", de Simone de Beauvoir, intitulada "A Idade da Descrição". 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

só está fora de moda, da ordem, da vontade coletiva, forjada pela manipulação de poucos de muitos interesses mesquinhos e vis... por isso é vista como crime, passível de violência do Estado de controle e poder.  
invasivo esse evasivo vazio em mim. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Poesia é nous, um movimento. 
A contemplação simples do jogo, 
a falta de finalidade, ou de 
uma justificativa prática; é. 


O cosmos mecânico anaxagórico
captado por palavras que de fato
não exprimem a verdade intuitiva,
reduzindo o irredutível, o mistério. 


As escolhas substanciais, 
do caos ao cosmos colorido,
são semente para inspirações, 
para o vir a ser, para não ser, 
para amar, para versos e cantigas, 
para um movimento! 

poesia de pureza.