Que porra de existência é essa, que me moldou sob o discurso
da felicidade e da possibilidade, quando só me traz enganos e frustrações? Como
é possível sonhar quando a altura do penhasco que caímos é tão difícil de
superar? Que escolhas devemos fazer para vencer contradições e erros? Existência
de nada, não posso ao menos decidir o que fazer dela, pois de fato não me
pertence, estou embrenhada na rede de relações que me engolem: sou número, sou
ente, sou parente, sou amiga. Sou? No fim das contas, diante do novo quadro que
se desenha, tenho mesmo que me atentar ao que sou e ao que serei. “Eu sou”, diz
o Roquentin do Sartre, mas o que eu sou? Um monte de ossos e sangue e músculos
e órgãos, um apanhado de valores, pífios conhecimentos, posicionamentos
inconstantes e alguma inteligência, jogada numa época esvaziada, que rotula e
objetifica, tudo é mercadoria, inclusive o que somos, como somos e por que
somos. Coração perdido, mente vazia.
Alguns apontamentos, alguns trechos e análises, algumas frases, reflexões e desvarios. Fotos também, assim como outras tantas artes (plásticas ou não!).
domingo, 29 de setembro de 2013
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