domingo, 29 de setembro de 2013

Que porra de existência é essa, que me moldou sob o discurso da felicidade e da possibilidade, quando só me traz enganos e frustrações? Como é possível sonhar quando a altura do penhasco que caímos é tão difícil de superar? Que escolhas devemos fazer para vencer contradições e erros? Existência de nada, não posso ao menos decidir o que fazer dela, pois de fato não me pertence, estou embrenhada na rede de relações que me engolem: sou número, sou ente, sou parente, sou amiga. Sou? No fim das contas, diante do novo quadro que se desenha, tenho mesmo que me atentar ao que sou e ao que serei. “Eu sou”, diz o Roquentin do Sartre, mas o que eu sou? Um monte de ossos e sangue e músculos e órgãos, um apanhado de valores, pífios conhecimentos, posicionamentos inconstantes e alguma inteligência, jogada numa época esvaziada, que rotula e objetifica, tudo é mercadoria, inclusive o que somos, como somos e por que somos. Coração perdido, mente vazia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

poesia de pureza.