“ Lá em cima, o céu não era um tampa fechada sobre a terra,
como quase sempre eu via, sepultado vivo. Ele era aberto e sem fim e cheio de
mundos e indizível de qualquer outra forma que não fosse esta banal, porque não
haveria palavras para ele, o Muito Maior que Tudo.
Galáxias, buracos negros, supernovas, anãs brancas,
pulsares, quasares, constelações, asteroides, cometas, planetas, satélites, anéis,
pontos de sombra e de luz. Minha cabeça girava, acompanhando o movimento
determinante das estrelas sobre meus ombros que suportavam o mundo.
Tive medo de, por um segundo que fosse, continuar girando o
corpo, olhando para cima, e de repente alguma coisa em mim, ou eu inteiro,
saísse direto sem rumo nem volta em direção ao céu tão habitado que, qualquer
ponto escuro que eu fixasse mais tempo, imediatamente se enchia também de
estrelas.
Para não me perder, abri a boca e os olhos, me enchi de
estrelas feito ele.”
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