domingo, 29 de junho de 2014

hipocrisia, sacralizada
levada à condição máxima
de potência sacra
latente
para manutenções
a concorrência e concessão
dos pequenos poderes
urgente
para acariciar a doce 
face marcada da angústia
de todos nós 
embebidos, inebriados de eu
atolados, atormentados no outro
trocas beligerantes.

domingo, 22 de junho de 2014

Dalí, surrealismo.


Outras tantas memórias emergem, tantas e tantas outras estarão submersas... aos poucos provocarei suas revelações, lamentando imensamente o adormecer no crepúsculo de meu inconsciente de grande parte do que me fundamenta hoje... 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

De nós.

"As relações humanas são obtusas, são escorregadias e a todo momento vão ao chão, quebram-se em pedaços, cacos destas mentiras que fazem os dias pesados, as faces revestidas em máscaras, os humores tão variáveis, passíveis de pena, todos nós. Relações não são frágeis. São facilmente corrompidas, e frágeis somos os tantos que não conseguem viver da encenação, que experimentam a estranheza, que querem derrubar as cortinas e levar a conhecimento (de quem?) as criaturas bizarras que nos carregam, que operam nossas condutas sociais, os monstros do convívio social. Se antes foi parte de nossa construção de noções de civilidade (a grande proeza burguesa) e normatização obedecermos as regras do convívio, hoje estas nos transformaram, nossa evolução gerou em seu ventre uma involução, as máscaras e véus escondem as verdadeiras faces monstruosas do que somos nós, síntese de falsidade, do egoísmo, da inveja, da loucura, da luxúria, da ganância, e dos outros tantos pecados que conhecemos a fundo e repudiamos cerimoniosamente. As contradições que nos conduzem  são o melhor de nós, nossas supremas verdades condutoras e redentoras. De resto, sorrisos e lágrimas não proporcionam cadeira no paraíso, entre humanos, não ensejam caminhos."

sábado, 7 de junho de 2014

Egon Schiele


Vi seus pesares. Perdi a conta dos meus erros, e estes estão por aí a escancarar as fragilidades de construir-se e negar-se e buscar o desconhecido, o improvável, porque único, porque pudico, porque vazio. Um coração. Acordo sobressaltado, suando frio na noite que eu engoli, que vomitei em tentativas. O instante de lágrimas pastéis, descoloridas, encontra-se no fundo daquele baú que deixamos no último endereço, no último suspiro, agora distante, não, melhor, agora mergulhado em reticências. Não fale alto, não implore, não afronte, não, não, não abrace uma tola evidência, esta escorre na parede de tua eloquência, sustentada pelo orgulho, ferido, ferino, fétido. Um cadáver de direita, dores que recusa mas que estampam seu semblante deformado por vícios, pelas mentiras, por favor, vamos usar a máscara? Assim, posso desferir o golpe de misericórdia enquanto te abraço sorrindo, humilhando sua pretensa sabedoria. Ora, ora, aprendemos a enfrentar fantasmas? Pesadelos? Produtos? Desferiu o golpe, sorriso de citações e referências sem a pronúncia correta, eu só quero te ver lamentar e sussurrar: como poderia ter dado certo, se somos tão incrédulos, tão superficiais, tão absolutos de porra que nos constitui? 
Encerra-te catástrofe,
sublime profusão de contatos,
explosões, descuidados;
onde poderás vetar
a força que carregas
a dor que ameaça,
profundeza em cárcere,
na beleza que escorre
em cores perdidas de então
que apaga evidências, calores.
Fortuita tua loucura,
presa aos cabelos
exposta nos olhos.
Agora, chora.
Lamenta, a sobrevivência,
tira a consciência esmagadora,
cobiça a sorte da tragédia.
Nada te fará melhor que o
engano de persistir. 

poesia de pureza.