As crônicas da mentira, criadas todo dia, estimulam os ódios e a segregações, em desequilíbrio e sem pudor. Quando amanhece já estão prontas. Contam histórias violentas, outras tão bobas e sempre repletas de pormenores que decapitam desejos, dos mais simples e puros, aos mais famintos de sangue e igualmente ingênuos, numa ordem dita natural. A máquina de matar não quer dividir, não vai possibilitar, vai colaborar somente com suas próprias engrenagens sujas, de óleo velho, de dinheiro emporcalhado e da vontade de poder sem freios, animalesca demais, que veste um belo traje racional e bem amparado por teorias sem sentido afastadas de todos nós, antessalas do inferno. Publicadas, tornam-se verdades incontestáveis, pela preguiça, pela limitação produzida. Quão fácil suprimir vidas, aniquilar sonhos, calar lutas. Veta úteros, queima inocentes, empodera as vozes que reverberam suas sentenças de morte, de vida eterna, seus crimes e suas aspirações porcas. Todos impossibilitados, alguns ainda gritam o que consideram verdades, levam consigo seus escudos de mais teorias e algumas experiências doces, ideais cristalizados. Nada, e quem aquilatar os escritos, perdidos com o vento, terá angústias garantidas, fomentadas pelo desejo humano, demasiadamente humano, de conhecer.
Alguns apontamentos, alguns trechos e análises, algumas frases, reflexões e desvarios. Fotos também, assim como outras tantas artes (plásticas ou não!).
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
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