domingo, 28 de junho de 2009

Briga pelas águas do velho Chico.


Após ações da Justiça, protestos e muita polêmica, a trasnposição das águas do rio São Francisco começa a sair do papel. O objetivo do projeto é desviar uma parte das águas do rio por meio de dutos e canais para alimentar rios menores e açudes em regiões do semi-árido nordestino que sofrem com a seca.

As obras foram iniciadas pelo Exército brasileiro em junho de 2007, depois que o projeto obteve a licença ambinetal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), mas foram paralisadas por uma decisão judicial. Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal deu sinal verde para o início dos trabalhos, mesmo após a nova greve de fome, desta vez de 24 dias, iniciada pelo bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio.

Levar água do Velho Chico para abastecer sertanejos longe do rio é vista pelo Ministério da Integração Nacional como a solução para acabar definitivamente com os males da seca. Mas a ideia, abraçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma das principais ações de seu governo, é antiga. Foi apresentada pela primeira vez no século XIX, voltou à tona nos anos 1940, 1983, 1993 e 1998 -, por ocasião de secas graves.

O atual projeto, orçado em 4,5 bilhões de reais, é foco de conflitos e disputa entre os diferentes usuários do rio. São a favor da obra os estados beneficiados pelo desvio do São Francisco - Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Eles esperam que sejam abastecidos cerca de 12 milhões de pessoas no semi-árido, onde rios e açudes secam em parte do ano, e plenejam criar pólos de agricultura irrigada, para produzir renda e reduzir o exôdo rural.

Estima-se que o São Francisco tenha perdido cerca de 40% do volume de água nos últimos 40 anos. Está mais raso e estreito. Perto de 75% da vegetação de suas margens foi derrubada. Como resultado, os resíduos da erosão invadem o leito do rio e causam danos à navegação e às espécies de peixe que sustentam a população. Além disso, em toda a bacia existem 450 cidades sem saneamento básico que lançam detritos diretamente nas águas, espalhando poluição. Preocupados, ambientalistas e pesquisadores dizem que a solução contra a seca deve passar por uma visão mais ampla do problema. Para eles, antes de realizar a transposição, o mais urgente é "revitalizar" o rio São Francisco, com projetos que recuperem a mata ciliar e limpem o rio.

O projeto prevê a construção de dois eixos principais. O Eixo Norte captará a água do São Francisco em Cabrobó (PE) para levá-la ao sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste vai colher águas em um ponto mais baixo do rio, em Petrolândia (PE), beneficiando parte do sertão e do agreste de Pernambuco e da Paraíba. A água retirada do São Francisco será bombeada até chegar ao seu destino por meio de canais artificiais que permitirão a interligação de açudes, mantendo-os sempre cheios, mesmo durante a estiagem.


fonte: Guia do Estudante, Atualidades Vestibular - 1° semestre de 2008.

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