Lucas Figueiredo colocou as mãos em um exemplar encapado do “Orvil” e o dissecou com afinco. Teve o cuidado de cruzar informações em bases de dados distintas. É a visão do repórter que norteia o encadeamento dos capítulos de “Olho por olho”, o título a sugerir a óbvia vingança. A estrutura de jornalismo literário torna simples e didática, quando não divertida, a compreensão dessa passagem assustadoramente recente da história nacional. Mostra, por exemplo, que no afã de recontar a história da ditadura, os militares do Projeto Orvil acabaram por revelar o destino de presos políticos desaparecidos. A principal revelação de Figueiredo, no entanto, não é exatamente o conteúdo do “Orvil”, embora isso já valha a leitura, mas a bizarra salada ideológica do livro secreto da ditadura, para não falar da infinita capacidade de seus guardiões de reinventarem a verdade."
Finalizei a leitura deste livro após determinada frustração por tê-lo comprado sem maior conhecimento da obra. Sou historiadora, e a leitura de um livro de pesquisa histórica confeccionado por um jornalista causa níveis de repulsa variáveis entre historiadores. Pois bem, a leitura é muito fácil e a escrita dinâmica, portanto um livro rápido.
O melhor mesmo é que o autor disponibilizou o site onde o PROJETO A, base de dados riquíssima utilizada na produção do BNM. Vai lá:
Nenhum comentário:
Postar um comentário