O que fazemos é nos esconder. Ficamos
enfurnados em casa, poderosos e atrozes por detrás da arma mais letal que
inventamos para nossa perdição, que potencializa o que há de mais podre em cada
um de nós, em cada canto do mundo. O muro tecnológico oferece ferramentas de
guerra, fácil alcance e nenhuma necessidade de confronto real, e neste mundo
paralelo posso ser quem eu quiser, posso dizer o que quiser, posso vomitar
todas as minhas frustrações, ódios e recalques. A poderosa máquina nos revelou
mais violentos, mais imediatistas, mais mentirosos, e somos capazes de esquecer
o quão covardes somos, que nada sabemos, que nos controlam como a marionetes
estupidamente conformadas. Através do computador podemos então revelar o que levamos
na alma, aqueles pensamentozinhos medonhos que costumávamos guardar para nós
mesmos, aqueles que só falávamos quando muito provocados, aqueles que ficavam
enterrados embaixo da falsa cortesia, do bom senso mínimo, da vergonha própria
e alheia. Agora estes mesmos juízos que atropelam a dignidade humana, a
solidariedade, a educação e o amor ao próximo são motivos de comemoração, de
compartilhamentos, de continuidades grotescas, numa sequência assustadora de
palavras ofensivas que a cada momento são postadas como verdades das menos
incontestáveis. Nossos monstros estão mais aparentes do que nunca, ratificados
uns nas palavras e ações dos outros monstros, postos para fora com orgulho e apoiados
pela massa egoísta e formatada.
Alguns apontamentos, alguns trechos e análises, algumas frases, reflexões e desvarios. Fotos também, assim como outras tantas artes (plásticas ou não!).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Quilombo Buraco de Tatu, em Itapuã. A planta foi desenhada, de 1764, no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Nos quilombos, aldeias dedi...
-
Liga Espartaquista na Alemanha, movimento operário. Criticou Lenin em suas ideias de marxismo e sua prática revolucionária (que transformou ...
-
"(...) A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino de todos os pobres. Uma voz que atrave...
Nenhum comentário:
Postar um comentário